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Por que os trabalhadores dos EUA estão pedindo demissão em velocidade nunca vista?

Por que os trabalhadores dos EUA estão pedindo demissão em velocidade nunca vista?

As empresas já perceberam que, para manter os seus funcionários por perto, é preciso criar um espaço que seja, ao mesmo tempo, profissional e confortável.

Como assim? É simples: uma vez que é preciso passar muito tempo fora de casa, no ambiente de trabalho, o ideal é que ele seja saudável, estimulante, moderno e, dentro do possível, feito para que relações aflorem.

Isso pode ser conseguido com uma boa cultura organizacional. Para tal, o RH deve se esforçar para manter todos os colaboradores “na mesma página”, criar eventos nos quais possa haver contato e a criação de vínculos, agir de maneira transparente e apostar em vantagens que aumentem a satisfação, o interesse e o bem-estar mental de todos.

Como fazer isso, além do que já foi citado? Através da implementação de benefícios corporativos, como é o caso da possibilidade de home office – que tem sido adotado, aliás, de maneira integral por muitas empresas -, do plano de saúde e do plano de previdência privada.

Trabalhadores

Essas atitudes, quando combinadas, são capazes de fazer com que as equipes se sintam mais motivadas e atuem de maneira conjunta em prol de um objetivo. Em um sentido mais amplo, há também a diminuição do turnover e de seus prejuízos.

Nos últimos tempos, apesar de todas as modificações que as empresas estrangeiras têm feito para agradar aos seus colaboradores, têm havido um número excessivamente alto de demissões nos EUA. O que pode ter causado isso? Vamos falar sobre o assunto a seguir.

Aumento dos pedidos de demissão voluntária nos EUA: entenda melhor

Segundo matéria da BBC, no último mês de abril, quase 4 milhões de pessoas pediram demissão nos Estados Unidos. Trata-se do valor mais alto desde que o dado passou a ser registrado – em meados de 2020 -, o que traz certa insegurança ao mercado.

É um dado curioso, uma vez que a pandemia do novo coronavírus, como todos sabemos, afetou a economia global de forma significativa. Entre fevereiro e abril de 2020, o número de desempregados passou de 5.717.000 para 23.109.000.

Nos meses seguintes, houve recuperação financeira: em maio de 2021, a taxa de desemprego ficou em 5,8%, abaixo dos 14,8% que haviam sido registrados no ano anterior.

Os dados nos mostram, agora, que há uma mudança de tendência em curso. Essa onda de demissões, que são facultativas, é impactante quando pensamos que, apesar da melhora econômica, os EUA ainda possuem mais de nove milhões de desempregados.

A Grande Renúncia

Anthony Klotz, especialista em psicologia organizacional, mencionou há alguns anos que haveria, dentro de um certo período de tempo, um movimento chamado de “a Grande Renúncia”.

Essa situação se trataria, ainda segundo a matéria da BBC, de um “realinhamento no mercado de trabalho”, causado pelo abandono do trabalho de forma pensada, ou seja, que parte do próprio colaborador.

Klotz diz que há quatro possíveis explicações para que a Grande Renúncia esteja acontecendo. A primeira jaz no fato de que, possivelmente, muitos dos funcionários que pediram demissão agora já estavam com isso na cabeça desde 2020 – ou mesmo antes.

Com a pandemia, no entanto, esses planos foram adiados. Com a recuperação econômica, por sua vez, deu-se início à concretização do plano inicial.

Esgotamento, epifania e home office

O segundo fator para a Grande Renúncia seria o esgotamento no trabalho. É algo bastante explicativo: quanto mais esgotados se sentem os trabalhadores, maior a possibilidade de que peçam demissão. Por conta da pandemia, como se pode imaginar, o número de pessoas esgotadas também aumentou.

Momentos de epifania ou revelação, de acordo com o especialista Klotz, também podem ter influência no abandono do posto profissional.

Com a pandemia, as pessoas estão revendo as suas vidas. É natural que, nesse tipo de circunstância, haja um questionamento sobre o que é verdadeiramente importante e sobre o quanto um trabalho é ou não edificante. A lógica é simples: se não agrada ou edifica, não é tão necessário assim.

Por fim, Klotz acredita que o trabalho remoto, que é uma tendência em expansão, também pode ter colaborado para o problema. Para ele, o fato de que muitas pessoas se adaptaram ao novo esquema de trabalho pode, também, ter colaborado para que o espaço dos escritórios tenha se tornado menos interessante.

A necessidade de flexibilidade e liberdade para trabalhar, nesse ínterim, surge como um respiro de autonomia – o que, para muitos trabalhadores, tem sido melhor do que cumprir o horário rígido dos escritórios, em regime presencial.

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