Afinal, o que é Ibovespa? Conheça o principal índice de ações brasileiras, seu histórico, sua composição e se vale a pena investir.
O Ibovespa é o nome dado ao principal índice tomado como referência quando se fala em ações dentro do Brasil. O índice Ibovespa tem apresentado rentabilidade interessante nos últimos anos, mesmo com eventuais problemas no país.
No entanto, poucos investidores sabem como esse índice funciona e quais critérios são considerados para formular sua composição. Por isso, preparamos um guia sobre o funcionamento do Ibovespa e outros detalhes importantes para o investidor.
Quando surgiu o Ibovespa?
O índice Ibovespa foi criado na década de 60, ainda na época que existia a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Com o tempo, o índice foi se modernizando para representar de forma mais precisa o funcionamento da economia brasileira.
No fim dos anos 60, o Ibovespa era composto por 18 empresas de alto valor de mercado, tendo esse número expandido para 27 logo depois. Ao longo das décadas, o índice sofreu quedas e declínios muito altos, mostrando alta volatilidade para o investidor.
Como funciona o Ibovespa?
Para compor o índice Ibovespa, as ações devem, de forma conjunta, representar 80% do volume transacionado nos 12 meses anteriores à formação da carteira. Além disso, para a ação entrar na composição do índice, ela deve ter pelo menos 80% de presença nos pregões desse período. Ou seja: a liquidez é um critério fundamental.
Para garantir que o índice corresponde à economia do Brasil, é feita uma reavaliação dessa carteira a cada quatro meses (ou seja, três vezes ao ano). Como o índice considera as ações de forma proporcional a seu valor de mercado, o Ibovespa acaba concentrando praticamente metade de sua composição em meia dúzia de ações: Vale, Petrobrás, Itaú, Bradesco, B3 e Banco do Brasil.
Dessa forma, é possível ver que tanto o setor financeiro quanto o de commodities apresentam a maior participação no mercado brasileiro. No entanto, empresas com foco em tecnologia têm crescido em importância, como é o caso de Magazine Luiza, Weg e Méliuz.
O Ibovespa é um bom índice?
Uma vez que o índice Ibovespa é muito concentrado em algumas poucas ações com elevado valor de mercado (Petrobrás, Vale, Itaú, etc.), muitos analistas consideram que o índice não representa corretamente a economia brasileira.
Dessa forma, especialistas buscam criar metodologias para elaborar outros índices que, por serem mais balanceados, trariam resultados mais realistas. Assim, outros índices foram desenvolvidos, com destaque para o IBrX, uma carteira teórica com as 100 ações mais negociadas.
No entanto, verifica-se que a performance do IBrX é muito próxima do Ibovespa por um simples motivo: ambas possuem ampla exposição aos setores de commodities e de finanças, fazendo com que estes pouco variem entre si. Como o índice Ibovespa já é o mais utilizado, não valeria a pena passar a usar o IBrX ou nenhum outro índice, fato que o mantém como o principal benchmark do mercado brasileiro.
Por fim, vale notar que existem índices específicos, como o do setor elétrico (IEE) e do setor industrial (INDX), bem como índices voltados para ESG (ISE), small caps (SMLL) e outros.
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Como posso investir no Ibovespa?
Investir diretamente no índice Ibovespa é uma forma que os investidores têm de se expor ao mercado de ações brasileiro sem precisar fazer a seleção individual de seus ativos. Dessa forma, muitas pessoas que preferem não gastar muito tempo pensando em investimentos e focar em outras atividades podem investir em ETFs do índice Ibovespa.
Entre os mais famosos, estão o BOVA11, XBOV11, BOVV11, BOVB11 e tantos outros. Vale notar que, no caso de ETFs brasileiros, esses fundos reinvestem seus dividendos no próprio fundo por questões tributárias, e que é preciso pagar impostos de 15% sobre o lucro na hora da venda.