Em um momento em que vazamentos de dados despertam o medo em vários brasileiros, um descuido no descarte de correspondências ou mesmo das embalagens de compras online pode colocar o consumidor em risco.
Por que isso acontece? A maioria dos brasileiros costuma descartar as cartas e contas que recebe em casa sem rasurar ou picotar as informações pessoais que estão presentes no rótulo personalizado da remetente.
Estes documentos contam com dados como nome completo, endereço e CPF, na maioria das vezes. Estas informações bastam para que criminosos façam diversas ações ilegais.
“A maioria das pessoas simplesmente joga as embalagens e as correspondências no lixo, sem se darem conta de que seus dados estão impressos ali de forma clara”, afirma Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia.
O que o consumidor deve fazer?
A recomendação é para que o consumidor, no primeiro momento, armazene todas as contas e comprovantes de pagamento por até cinco anos. Aquelas que for descartar, ele deve rasgar os campos que contenham informações pessoais.
Em algumas situações, como são os casos de correspondências bancárias que podem mostrar informações financeiras, é recomendável até que o consumidor queime os extratos.
Já em relação às compras realizadas, sejam elas físicas ou online, os consumidores costumam levar para casa uma via impressa da nota fiscal do produto adquirido.
Este documento costuma ter muitas informações pessoais e precisa ser descartado de forma inteligente.
Por que tomar esse cuidado?
Os criminosos agem de diversas formas e, inclusive, ele pode estar na sua vizinhança. Ou seja, ele pode estar rastreando as suas atividades.
Ao ter acesso a informações pessoais e entender o seu padrão de consumo, ele pode fazer diversas ações que podem colocar o consumidor em risco.
“O lixo, quando vai para a rua, está disponível para qualquer pessoa. Por isso é muito importante tornar as etiquetas das correspondências ilegíveis a fim de evitar problemas”, completa Barbosa.
Cuidados com as compras online
Ao comprar um produto pela internet, o consumidor recebe na sua residência uma embalagem que contém um rótulo personalizado com seus dados de identificação para que a entrega aconteça com eficiência.
Em algumas situações, ele inclusive assina a etiqueta para conferência e registro do entregador, que depois a digitaliza e envia para o sistema.
Desatento, o consumidor deixa a sua assinatura ali naquele papel e depois descarta a embalagem sem nenhum cuidado.
Desta forma, os criminosos têm acesso aos dados pessoais, a assinatura e outras informações que podem ser usadas para diversos crimes, tais como:
- Gerar cadastros fraudulentos;
- Clonar cartões bancários;
- Conseguir empréstimos;
- Conseguir financiamentos;
- Abrir contas bancárias;
- Se passar pela vítima e gerar outros golpes.
Estes são apenas alguns dos diversos crimes identificados pelo Procon e que podem ser evitados ao proteger melhor as correspondências e embalagens que são descartadas em casa.
Alguns consumidores, inclusive, nem se atentam às notas fiscais que estão coladas na embalagem, e descartam toda a documentação.
Atenta a este risco, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou uma medida que permite que empresas do comércio eletrônico possam incluir uma etiqueta digital na embalagem, com o mínimo possível de dados, evitando a exposição do cliente.
Trata-se do DANFE Simplificado – Etiqueta, modelo que já é usado por algumas startups, mas que ainda assim conta com dados como nome completo, endereço e CPF do destinatário.
Ou seja, reduz a exposição da nota fiscal física, mas ainda expõe informações sensíveis do consumidor.
Confira também: Dicas de cidades para passar as férias de verão
Logo, mesmo com essa nova medida, o consumidor deve ainda ter atenção aos seus dados pessoais e eliminá-los de uma forma mais segura, evitando assim a exposição delas e os riscos de sofrer com ações dos criminosos.